Naquela noite, Luísa não estava com sono algum. Rolou várias vezes na cama, mas não conseguia dormir. No jantar não disse uma sequer palavra, mas disse para sua mãe que ela só estava cansada. Então ela resolveu levantar e tomar um café e escrever um e-mail para Rafael. “Rafa, não sei o que aconteceu, mas você sabe que eu estou aqui pra tudo...” começou ela e depois apagou o que havia escrito. “Você sabe o que aconteceu, sua burra” disse para si mesma. “Rafa, eu já sei o que aconteceu e eu não tenho palavras pra dizer o quanto eu lamento. Queria que você tivesse me explicado o que havia acontecido e, mesmo você não gostando mais de mim, eu quero muito te ajudar. Sempre te disse que te amaria e estaria aqui pra quando você precisasse, e eu estava falando a verdade. Não vou te forçar a conversar comigo, então você tem o meu número, se quiser me ligue.” E então ela clicou no Enviar. Como não tinha mais nada para fazer, ela ligou a televisão e começou a assistir um filme que já tinha visto pelo menos de vezes, Um Amor Para Recordar. Luísa sabia que não ia conseguir não chorar, era impossível. Era 3h35min da manhã e, assim que o filme acabasse ela iria se arrumar pra escola. Ela assistiu dez minutos de filme e as lágrimas já começaram a rolar por seu rosto. E, uma hora depois ela havia dormido com a televisão ligada. Sua mãe a acordou às 5h30min da manhã, ela não estava atrasada e até feliz por ter conseguido dormir por quase uma hora. Uma hora depois, Luísa estava totalmente pronta e adiantada quando lembrou do e-mail que havia mandado pra Rafael e resolveu correr pro computador e ver se havia sido respondido. Caixa de Entrada (0) apareceu, assim que ela entrou no e-mail. “Droga” pensou Luísa. E uma onda de tristeza tomou conta dela. E então ela soube que aquele seria outro péssimo dia, mas tentaria sorrir e dizer que estava bem. Era sempre assim, ela sabia que as pessoas não se importariam de verdade se ela estava bem ou mal. Seus pensamentos foram interrompidos pela buzina da perua escolar, e ela desligou o computador correndo e foi para a escola. Para Luísa, aquela manhã demorou uma eternidade para acabar. Assim que ouviu o último sinal bater, sentiu como se finalmente tivesse acordado. Levantou-se, ligou o iPod ouvindo Pearl da Katy Perry e caminhou direto para casa, sem se despedir de ninguém. O sol era predominante num céu cheio de nuvens. Ela não conseguia tirar a voz de Rafael da cabeça, e não conseguia parar de imaginar o quanto ele estava sofrendo. Aquela voz magoada, revoltada e triste dele não era familiar para era. Ele sempre estava feliz quando os dois falavam no telefone. E era sempre assim que ela queria que ele estivesse: feliz. Com ela, sem ela, não importava. Luísa só queria que ele fosse feliz. Ela chegou em casa e estava sozinha, novamente. Pegou o telefone e discou o número dele. Tocou várias e várias vezes e, dessa vez, ninguém atendeu. Ela então ligou o computador esperando que ele estivesse on, mas não estava. “O que eu faço agora? Preciso saber se ele ta melhor, preciso ouvir a voz dele e dizer que tudo vai ficar bem” ela pensava enquanto as lágrimas caíam incansavelmente de seus olhos. Ultimamente, tudo que ela fazia todos os dias era chorar, era inevitável com o que estava acontecendo com a pessoa que ela amava. Quando as lágrimas finalmente cessaram, ela pegou o telefone e apertou o botão Redial, na esperança de que dessa vez alguém atendesse. Novamente, sem resposta. Luísa acabou dormindo, enquanto suas lágrimas que haviam voltado inundavam o travesseiro. Ela acordou quatro horas e meia depois, com sua mãe a chamando para jantar. Um sorriso estava estampado em seu rosto, e ela sabia exatamente o porquê. Em seus sonhos, ela encontrou Rafael. Ele estava triste, mas ela o animou, enquanto eles corriam por um jardim enorme e vazio. Era apenas um sonho, o que a deixou triste novamente. Mas para ela foi como um sinal de que ela precisava ir atrás dele, ajuda-lo a passar por aquela fase horrível. “É isso! Eu vou pra São Paulo atrás dele, eu sei que ele precisa de mim” ela se decidiu.
To be continued.
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