8.22.2010

Então você não me ama mais. (continuação)

Naquela noite, Luísa não estava com sono algum. Rolou várias vezes na cama, mas não conseguia dormir. No jantar não disse uma sequer palavra, mas disse para sua mãe que ela só estava cansada. Então ela resolveu levantar e tomar um café e escrever um e-mail para Rafael. “Rafa, não sei o que aconteceu, mas você sabe que eu estou aqui pra tudo...” começou ela e depois apagou o que havia escrito. “Você sabe o que aconteceu, sua burra” disse para si mesma. “Rafa, eu já sei o que aconteceu e eu não tenho palavras pra dizer o quanto eu lamento. Queria que você tivesse me explicado o que havia acontecido e, mesmo você não gostando mais de mim, eu quero muito te ajudar. Sempre te disse que te amaria e estaria aqui pra quando você precisasse, e eu estava falando a verdade. Não vou te forçar a conversar comigo, então você tem o meu número, se quiser me ligue.” E então ela clicou no Enviar. Como não tinha mais nada para fazer, ela ligou a televisão e começou a assistir um filme que já tinha visto pelo menos de vezes, Um Amor Para Recordar. Luísa sabia que não ia conseguir não chorar, era impossível. Era 3h35min da manhã e, assim que o filme acabasse ela iria se arrumar pra escola. Ela assistiu dez minutos de filme e as lágrimas já começaram a rolar por seu rosto. E, uma hora depois ela havia dormido com a televisão ligada. Sua mãe a acordou às 5h30min da manhã, ela não estava atrasada e até feliz por ter conseguido dormir por quase uma hora. Uma hora depois, Luísa estava totalmente pronta e adiantada quando lembrou do e-mail que havia mandado pra Rafael e resolveu correr pro computador e ver se havia sido respondido. Caixa de Entrada (0) apareceu, assim que ela entrou no e-mail. “Droga” pensou Luísa. E uma onda de tristeza tomou conta dela. E então ela soube que aquele seria outro péssimo dia, mas tentaria sorrir e dizer que estava bem. Era sempre assim, ela sabia que as pessoas não se importariam de verdade se ela estava bem ou mal. Seus pensamentos foram interrompidos pela buzina da perua escolar, e ela desligou o computador correndo e foi para a escola. Para Luísa, aquela manhã demorou uma eternidade para acabar. Assim que ouviu o último sinal bater, sentiu como se finalmente tivesse acordado. Levantou-se, ligou o iPod ouvindo Pearl da Katy Perry e caminhou direto para casa, sem se despedir de ninguém. O sol era predominante num céu cheio de nuvens. Ela não conseguia tirar a voz de Rafael da cabeça, e não conseguia parar de imaginar o quanto ele estava sofrendo. Aquela voz magoada, revoltada e triste dele não era familiar para era. Ele sempre estava feliz quando os dois falavam no telefone. E era sempre assim que ela queria que ele estivesse: feliz. Com ela, sem ela, não importava. Luísa só queria que ele fosse feliz. Ela chegou em casa e estava sozinha, novamente. Pegou o telefone e discou o número dele. Tocou várias e várias vezes e, dessa vez, ninguém atendeu. Ela então ligou o computador esperando que ele estivesse on, mas não estava. “O que eu faço agora? Preciso saber se ele ta melhor, preciso ouvir a voz dele e dizer que tudo vai ficar bem” ela pensava enquanto as lágrimas caíam incansavelmente de seus olhos. Ultimamente, tudo que ela fazia todos os dias era chorar, era inevitável com o que estava acontecendo com a pessoa que ela amava. Quando as lágrimas finalmente cessaram, ela pegou o telefone e apertou o botão Redial, na esperança de que dessa vez alguém atendesse. Novamente, sem resposta. Luísa acabou dormindo, enquanto suas lágrimas que haviam voltado inundavam o travesseiro. Ela acordou quatro horas e meia depois, com sua mãe a chamando para jantar. Um sorriso estava estampado em seu rosto, e ela sabia exatamente o porquê. Em seus sonhos, ela encontrou Rafael. Ele estava triste, mas ela o animou, enquanto eles corriam por um jardim enorme e vazio. Era apenas um sonho, o que a deixou triste novamente. Mas para ela foi como um sinal de que ela precisava ir atrás dele, ajuda-lo a passar por aquela fase horrível. “É isso! Eu vou pra São Paulo atrás dele, eu sei que ele precisa de mim” ela se decidiu.






To be continued.

8.15.2010

Então você não me ama mais. (continuação)

Luísa dormiu durante a maior parte das aulas, estava exausta e desconcertada. Assim que a aula acabou, ela foi direto pro hospital sob uma forte garoa e levou os pontos que precisava. Quando chegou em casa e viu que estava sozinha, aproveitou pra tirar as roupas encharcadas e tomar um banho quente. Assim que colocou seu pijama mais quente e se embrulhou num cobertor, começou a pensar se deveria ou não tentar falar com Rafael. Apesar de ele ter partido seu coração em dois, ela ainda sentia que havia algo errado com ele, algo que ele não pudesse contar a ela. Digitou sua senha, uma senha estupidamente fácil, e o msn se abriu. Ele não estava on, para a surpresa dela. “O Rafa ta sempre on, mesmo ausente, isso é estranho” ela pensou. Então ela decidiu pegar o telefone e ligar pra ele. Pegou seu celular, digitou o número e o código da área de São Paulo e esperou. Tocou várias e várias vezes, e ninguém atendeu. Quando ela estava prestes a desistir de esperar e desligar, uma voz nada familiar atendeu ao telefone. Uma voz meio áspera mas confortadora, que parecia ser de uma mulher de mais de trinta anos.
- Oi, eu posso falar com o Rafael?
- Ele disse que não quer falar com ninguém, mas quem é? – disse a voz desconhecida.
- É uma amiga dele, a Luísa.
- Ah, sim! Ele fala muito de você. Tenho certeza que falar com você vai fazê-lo esquecer do que aconteceu e anima-lo.
- Do que aconteceu? Como assim?
- Ele não te contou? Os pais dele sofreram um acidente de carro, e acabaram falecendo. Então ele vai ter que ir pra Itália morar com o tio dele.
Luísa estava chocada, não conseguia abrir a boca para responder, na tentativa de segurar as lágrimas que vinham com as palavras da desconhecida.
- Nossa! Ele não me contou isso, não. Mas ele está muito mal?
- Ele não fala com ninguém e não come nada há dias, mas tenho esperanças de que ele vai melhorar com o tempo. Ah, a propósito, meu nome é Luciana, eu sou amiga da mãe dele. Quero dizer, era.
- Meu Deus, queria que ele tivesse me dito o que aconteceu. Você pode passar o telefone pra ele?
- Posso sim, claro!
- Obrigada mesmo.
Ela esperou aproximadamente dois minutos e ouviu a voz de Rafael gritar:
- EU DISSE QUE EU NÃO QUERO FALAR COM NINGUÉM!
- Mas é a Luísa! – ela ouviu Luciana dizer a ele, com um tom de surpresa na voz.
- QUANDO EU DIGO NINGUÉM, É NINGUÉM MESMO! NEM A LUÍSA.
Essas palavras machucaram o pouco de esperança que crescia no peito de Luísa, mas ela sabia que Rafael não estava passando por uma situação fácil. Ela só não entendia o porquê de ele não ter contado a ela.
- Luísa, me desculpe, ele realmente não quer falar com ninguém. – Disse Luciana a ela, interrompendo seus pensamentos.
- Não faz mal, ele realmente não está bem. Eu vou tentar de novo mais tarde. Obrigada.
E então ela desligou e começou a pensar nele. Só nele. Era a única coisa que não saía de sua mente.




To be continued.

8.08.2010

O que vai, volta.

Eu não consigo nem manter meus olhos abertos, eles estão doendo de tanto chorar. Chorar por você, chorar por causa de você. Eu não consigo dormir e não consigo ficar acordado. Você me fez virar um prisioneiro, seu escravo. Seu brinquedinho. E eu cansei disso, quero ser livre. Eu quero parar de te amar. Eu quero fugir de você. Mas eu estou preso. Há algo muito forte me prendendo a você, e o nome disso é amor. Amor. Algo que você não sabe o que significa ainda. Mas eu tenho certeza que você vai aprender. Provavelmente da maneira mais difícil, mas você vai aprender. Quantas mentiras você contou? Quantas lágrimas você já provocou? Quantas vezes você já partiu o meu coração? Bom, vou te dizer somente uma vez: o que vai, volta.

8.05.2010

Então você não me ama mais. (continuação)

Depois de duas horas chorando, Luísa levantou-se e olhou-se no espelho. “Que desastre”, ela pensou. Sua maquiagem, se é que ainda havia vestígios de alguma, havia se desfeito e borrado seus olhos, que estavam extremamente inchados. Ela lavou o rosto, tirando o pouco de maquiagem que restava, e fechou a torneira, que havia ficado aberta durante as mais de duas horas que ela ficou ali. “Tá na hora de enfrentar a realidade.”, pensou ela antes de abrir a porta do banheiro. Sua mãe provavelmente já havia ido dormir, e o pai estava viajando à negócios, como sempre. Ela percebeu que a casa estava escura e silenciosa, um silêncio ensurdecedor. Tentando não fazer barulho, ela ligou o computador. “Preciso resolver isso, meu coração não agüenta mais.”, pensou ela. Ao entrar no MSN, nenhuma janela se abriu, decepcionando-a. Ela estava esperando que uma janela abriria com um pedido de desculpas. E, nesse momento ela soube que seu conto de fadas havia acabado. As lágrimas, que pareciam ter acabado, voltaram. Ela sempre entrava como Invisível, pra antes dar uma espiada em quem estava on. Quando procurou no lugar que ele sempre ficava, não o encontrou on. Digitou o e-mail dele na busca, pra ver se ele havia mudado de nick, mas ele estava off. Ela mal conseguia manter os olhos abertos, de tanto chorar. Então, assim que percebeu que não tinha mais nada pra fazer no computador, foi deitar. Virou várias vezes, mas, apesar de estar com sono, não conseguia dormir. Ao fechar os olhos, tudo que ela via era ele. E ao pensar nele, tudo que fazia era chorar. Sentia um aperto no coração ao pensar que não sabia o que estava acontecendo com Rafael. Por mais que quisesse e tentasse, não conseguia ficar brava com ele. Pelo menos não até saber o porquê de ele ter mudado. “Talvez ele esteja sofrendo mais que eu, mas não quer me contar o motivo.”. Uma hora depois, após pensar e refletir, ela finalmente caiu no sono. Ela acordou às 06h00min em ponto, com o toque alto do alarme de seu celular. Luísa havia dormido apenas três horas e ainda estava exausta. Seu corpo não queria se levantar da cama, mas Luísa era uma menina responsável, nunca faltava na escola por apenas não querer ir. Ela olhou em seus lençóis quando se sentou na cama e viu várias manchas vermelhas. “O que aconteceu? Isso é sangue?”. Ao olhar em seus dois pulsos, teve a resposta. Havia vários cortes e, ao lado de seu travesseiro, um estilete. “EU FIZ ISSO?” ela não conseguia parar de se perguntar. Ao que tudo evidenciava, Luísa era sonâmbula e havia feito aquilo enquanto dormia. Ela se levantou e correu para o banheiro. Trancou a porta, pegou um remédio no armário embaixo da pia e começou a passar. Sentiu uma dor profunda, mas que nem se comparava à dor que sentia por dentro. Então ela percebeu que os cortes eram fundos e que, provavelmente, ela precisaria de pontos. “Eu não posso contar pra minha mãe.” ela pensou, desesperada ao imaginar a mãe ao saber da situação. “Eu vou ao hospital depois da escola” decidiu Luísa. Olhou-se no espelho e viu que seus olhos estavam tão inchados que parecia que ela tinha levado socos. Passou uma maquiagem para disfarçar, fez alguns curativos rápidos nos cortes e, ao sair do banheiro, colocou uma blusa de manga comprida. Na cozinha, sua mãe preparava seu café da manhã. Era um dia frio, sem sol, assim como o coração de Luísa naquele dia. Ela foi até lá, tomou seu café da manhã, evitando olhar para sua mãe, e ouviu a sua perua escolar buzinar. Entrou na perua, ignorando os olhares dos colegas de escola ali dentro sentados. Luísa era uma menina linda, porém desconhecida. Ela era simpática e tímida e, consequentemente, demorava pra fazer amizades. Por isso se sentia invisível. Ela chegou na sala de aula e deitou a cabeça na carteira. Sua melhor amiga, Bruna, estranhou o comportamento dela, mas Luísa disse que estava apenas cansada. O professor de história entrou e ela percebeu que aquela seria uma longa manhã.


To be continued.

8.04.2010

Então você não me ama mais.

Ela estava sufocando. Não literalmente, mas por dentro. Não conseguia parar de pensar na conversa que teve meia hora atrás com ele no MSN. Tudo o que fora dito por ele veio como uma flecha em seu coração. E, consequentemente, lágrimas começaram a jorrar de seus olhos. Na tentativa de disfarçar a situação de seus pais, correu para o banheiro. Trancou a porta e abriu a torneira, para que ninguém a ouvisse soluçando. Ela nunca havia sentido tanta dor. Nunca havia faltado ar em seus pulmões como faltava naquele momento. Ela encostou a parede e não pôde evitar quando suas costas foram escorregando e, de repente, ela se encontrava no chão. Com a mão no peito, como se estivesse ferido, as lágrimas não paravam, a dor não passava, os flashbacks da conversa e de todo o relacionamento dos dois não saíam de sua cabeça. Era impressionante como três meses podiam terminar daquele jeito, em trinta minutos. Como três meses de sorrisos podiam de transformar em trinta minutos de choro e dor. Ela nunca o conhecera pessoalmente, ele era de São Paulo e ela de Santos. Mas eles se viam todos os dias, com poucas exceções, pela webcam e o relacionamento que surgiu virtualmente entre os dois era maior que o sentimento de muitos casais que se vêem sempre. O “te amo” veio rapidamente, em menos de três dias que eles se conheciam. A partir daí só surgiram sorrisos e o amor dela por ele só crescia. Pelo menos até aquele dia. “Você viu com a sua mãe se você vem pra Santos nas férias mesmo?” ela perguntara. Eles haviam combinado aquele encontro no primeiro mês de namoro. “Não, esqueci.” Ele respondeu, friamente. Ele andava estranho ultimamente, ela havia resolvido não perguntar nada no intuito de não se intrometer. “Se ele quiser, ele me fala o que ta acontecendo.”, ela pensava. Mas naquele momento ela resolveu perguntar.
- Tá acontecendo alguma coisa? Você anda estranho ultimamente. - Ela arriscou.
- Não, por quê? - ele respondeu, friamente de novo.
- Porque você anda frio e grosso comigo. Aquele Rafael fofo sumiu. - Ela contou o que estava sentindo.
- Bom, ele mudou. Ele morreu. - Ele justificou, chocando-a.
- Mas por quê? O que aconteceu? - Ela não acreditava no que havia acabado de ler.
- Nada, ele cresceu. Só isso.
- Mas eu amo aquele Rafa, eu o quero de volta! -, disse ela, desesperada.
- Ele não volta mais.
- Por que não?
- Porque ele cansou de ser idiota.
- Ele não era idiota! Eu não acredito em você, eu quero que você me conte o que aconteceu.
- Não vou contar, não aconteceu nada. E eu odeio quem não acredita em mim.
- Então você me odeia? - perguntou ela, já com as lágrimas escorrendo e borrando a maquiagem que ela havia feito só pra vê-lo na webcam naquela noite.
- Eu não disse isso. - Disse ele, frio e grosso.
Ela, já chorando rios, perguntou.
- Então você não me ama mais. Ou será que nunca amou? A gente acaba aqui, é isso?
- Não sei, tanto faz.
Isso bastou para os soluços começar. Ela não conseguia ler mais nada na tela do computador, as lágrimas a estavam cegando. Foi então que ela desligou o computador, sem respondê-lo e correu para o banheiro.
Cinco minutos se passaram, mas suas lágrimas não podiam ser contidas ou controladas. Ela estava fora de si naquele momento, e não sabia por quanto tempo ia continuar daquele jeito.

To be continued - or not.

8.03.2010

I wanna run

A new beginning, a new life. A new opportunity of making everything right, of doing everything you want to. I want to live every single day like it’s the last day. I want to love someone like I’ll never love anyone else. I want to be different, I’m sick of being just like everybody else. I want to spend a whole night looking at the stars in the sky. I want to throw my life up in the air and start over. I want to go somewhere I don’t know without any plans. But I don’t want to do all that by myself, I need someone by my side. I already got that you don’t want to be that person. I just want to run away and don’t look back. Apparently, away from you, too. But deep down inside me, a little voice keeps repeating that you will never get out of my head. Well, I’ll give it a try.