7.17.2011

Faceless

“Elise” Ela ouviu alguém sussurando. Ela sabia que seu nome era Elise, mas preferia não lembrar. “Elise!” Dessa vez parecia mais um grito. Elise não conseguia abrir os olhos ou sequer mexer alguma parte do corpo, ela havia sido paralisada. Ela não lembrava de quase nada, apenas de alguém usando uma máscara e estapeando-a. “Você se acha bonita demais pra mim, não é? Sempre achou. Agora vamos ver quantos se interessarão em você depois disso” Eram as últimas palavras que ela tinha ouvido daquele monstro. E então a dor começara. Seu rosto queimava de uma forma que ela preferia morrer a suportar aquela dor. De repente a dor havia parado. “Estou morta. Finalmente.” Ela pensara.
“ELISE!” De repente ela reconhecera aquela voz. Sua irmã, Isabella. Havia mais alguém ali, soluçando. “Chequem o fundo da casa! E aquela trilha atrás da casa!” Outra pessoa, um policial talvez. E então ela ouviu várias pessoas entrando no quarto em que ela estava, duas delas a tocando. “Ela ainda tem pulso! Me ajuda a colocá-la na maca!” E ela sentiu seu corpo sendo movido. “Então eu ainda não morri? Mas... a dor parou.” E então ela ficou inconciente novamente.
“Mãe! Mãe! Ela tá mexendo o dedo!” E então eu abri meus olhos. Minha irmã e minha mãe com os olhos cheios de lágrimas olhavam pra mim como se eu fosse uma estranha. E era assim que eu me sentia. Eu tentei falar, mas por alguma razão, havia algo tampando minha boca. Levei minha mão até o meu rosto e havia curativos em volta da minha boca e do meu nariz. Meus olhos e minha testa eram os únicos lugares expostos. “O QUE ACONTECEU COMIGO?” Eu queria gritar.
Então, como se tivesse lido minha mente, minha mãe segurou as lágrimas e disse “O que aconteceu com você, filha, foi... um homem te sequestrou há duas semanas, e... nós só te encontramos dois dias atrás.” Ela não conseguia achar palavras, e gaguejava muito. “Eu queria que nós tivessemos te encontrado antes, pra te salvar dessa dor, de tudo que você passou. Mas... o monstro que te sequestrou... ele jogou ácido no seu rosto.” Sua mãe fez uma pausa, e tento se compor. “Os médicos estão decidindo o que fazer... mas você vai sair dessa, minha filha. Nós te amamos e estamos aqui com você.”
As palavras dela foram mais como um tiro. Eu ainda sentia as balas entrando vagarosamente e saindo pelo outro lado. Senti lágrimas escorrendo de meus olhos. Eu não queria me olhar no espelho naquele momento. Naquele momento ou jamais. Eu sabia o que aquilo significava: minha vida chegara ao fim.

CONTINUA

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